O tema mobilidade está em alta e não é de hoje. Muitas companhias estão seduzidas pelos benefícios que o ambiente móvel confere aos seus profissionais, seja em esquema home office, quando estão parados no trânsito ou ainda em viagens corporativas. Mas é fato que algumas empresas enxergam nesta onda apenas uma forma de redução de custo, o que é contestado pelo especialista em mobilidade Tomi Ahonen.
Finlandês radicado em Hong Kong, o expert possui nove livros sobre o assunto e leciona em Oxford. Teve parte de sua carreira dentro da Nokia, onde, provavelmente, começou a se aventurar nesta seara. "Estamos apenas começando a ver os benefícios. A mobilidade acrescenta coisas à vida das pessoas. Tudo que se faz com mobile fica melhor", comenta.
E, quanto ele diz que tudo está muito no início, tem razão. Embora existam países - como Estados Unidos - que estejam mais avançados na questão da mobilidade, quando se olha para o mundo em desenvolvimento há muito a ser feito. Ahonen citou casos de escolas de educação infantil que já utiliza a mobilidade em seu dia-a-dia. E você deve se perguntar: para quê? "As professoras tiram fotos e conseguem mostrar as crianças para os pais no momento das atividades", exemplifica.
Por falar em países em desenvolvimento, Ahonen prevê que o Brasil passará por grandes transformações na área móvel nos próximos cinco anos. "O Brasil está avançando em relação a algumas nações emergentes e tem muitos talentos. Só que as operadoras precisam estar mais envolvidas", pontua. Com esta evolução, o especialista afirma que haverá milhares de adolescentes com smartphones - o que já ocorre na Indonésia - e diz ainda que as mudanças abrirão um grande mercado para os desenvolvedores.
Coexistência futura
Com esse espaço aberto aos criadores de conteúdo, Ahonen recorre ao que ele chama de 6 Ms, criado por ele e outros dois amigos, que nada mais são que elementos indispensáveis, na avaliação dos especialistas, para um bom serviço móvel: Movement, Moment, Me, Multi user, Money, Machine. "São ferramentas para criação de valor. Com elas, você consegue apontar áreas onde os serviços móveis seriam interessantes", explica.
O primeiro M, por exemplo, pede atenção às mudanças. Mas, para Ahonen, o mais importante de todos é o Money. "Porque significa que a companhia pode permanecer no negócio."
Para o futuro, ele vislumbra uma coexistência de tecnologia e acredita que a banda larga no PC convencional será para uso casual, enquanto a móvel estará com os usuários em todos os lugares. Em palestra conferida em São Paulo, em 05/08, durante evento realizado pela Research In Motion (RIM), o expert explicou que uma pessoa vai para o computador quando tem algo planejado e tempo para ligar, sentar-se, fazer algo mais elaborado, enquanto, com um smartphone, responde mensagens andando, a qualquer momento, utiliza para soluções rápidas.
"Se não tem escolha e precisa selecionar uma modalidade (de banda larga), é crescente a demanda pela móvel. Ou tem os dois, ou vai para móvel", acredita. "As tecnologias vão coexistir, mas as oportunidades com a mobilidade são maiores."
Apesar de prever essa guinada móvel, entretanto, Ahonen não acha que, no futuro, todos os usuários de celulares se converterão a consumidores de modelos inteligentes. "O futuro é multiplataforma e o celular será a mídia preferencial. Os smartphones serão o tipo de aparelho preferido."
por Vitor Cavalcanti
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