Software criado pelo Google promete trazer novos aplicativos de comunicação móvel focados. Mas, antes, precisa conquistar os desenvolvedores
A disputa pelo mercado de celulares ganhou novos ares nos últimos meses. A série de lançamentos envolvendo a plataforma Android - criada pelo Google e gerenciada atualmente pela Open Handset Alliance - tem movimentado o mercado em outras direções que estão longe das features embarcadas nos aparelhos. A disputa agora é sobre o futuro dos serviços que estes aparelhinhos permitirão.
O Magic, da HTC, lançado recentemente no Brasil, já é um bom exemplo do que pode se esperar dessa nova safra de celulares. Ele traz facilidades para que o usuário instale widgets (aplicativos web) variados e traz interação nativa com redes sociais e aplicativos de escritório. Esta evolução, mais pela possibilidade e pelo momento em que surge do que por suas características atuais, deve levar a caminhos inimagináveis.
É como se no começo da popularização dos computadores, nos anos 80, não tivéssemos o Windows como sistema predominante. No mundo móvel de hoje, existem ao menos seis tecnologias concorrentes buscando um lugar ao sol. Symbian, RIM OS, Android, iPhone OS, Palm OS e Windows Mobile disputam o coração dos consumidores. "O sucesso delas dependerá da oferta de aplicativos e nisso o Android é promissor", explica o diretor de negócios da HTC no Brasil, Rodrigo Byrro.
O lado curioso da nova disputa é que não há grandes diferenças entre os novos celulares com Android. Eles somente se mostram prontos para a nova evolução que pode ser proporcionada pelas comunidades de desenvolvedores espalhadas pelo mundo.
Esse fator disperso e dependente de comunidades locais pode causar uma reviravolta no mercado em torno dos celulares. A produtora de software Distimo detectou um padrão interessante que explica esse novo cenário e pode ser conferido neste link. Seus aplicativos para iPhone tem boa penetração em mercados locais. Porém, as vendas de programas para Android se destacam globalmente.
As possibilidades dos serviços especializados em celulares são muitas. A rede das operadoras pode identificar o local exato da pessoa e os dados trocados entre sistemas podem levar isso em consideração. Um exemplo é o aplicativo de previsão do tempo que está no Magic, que informa o clima local de forma imediata mesmo que o usuário viaje entre mais de uma cidade no mesmo dia. "Porém, toda a inovação dependerá da forma e do que os desenvolvedores de software vão criar para o Android", destaca Byrro.
Não é por acaso que a Motorola, ao anunciar suas intenções com o Android, prometeu ajudar a troca de informações entre técnicos do mundo todo para a evolução da plataforma. A empresa lançou o MOTODEV Studio Android Beta, para facilitar a criação de aplicativos para os terminais da marca e deve abrir seus canais de distribuição para as soluções em breve.
A atenção da empresa ao assunto pode ser conferida aqui. O vice-presidente para plataformas de software e ecossistemas da Motorola, Christy Wyatt, acredita que o Android, como uma plataforma aberta, irá fomentar a inovação dos celulares nos próximos anos.
Algo que é enfatizado por um dos maiores especialistas em redes digitais, o matemático e criador do protocolo TCP/IP e atualmente um dos evengelistas do Google, Vinton Cerf. Entre uma declaração e outra sobre liberdade na rede e web semântica, Cerf costuma apoiar mistura de softwares de desenvolvimento abertos e celulares. Para ele, esse casamento será glorioso em meios para facilitar todo o tipo de comunicação num futuro próximo.
Por Gilberto Pavoni Junior | especial para IT Web
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