Não são apenas as operadoras celulares que estão interessadas em um pedaço da faixa de 2,5 GHz, hoje utilizada por empresas de MMDS. As companhias de energia elétrica estudam a possibilidade de pedir ao governo uma parte desse espectro para suportar projetos futuros de "smart grid", nome dado às redes elétricas inteligentes. "Não pleiteamos nada ainda. Há apenas discussões em andamento", esclarece o presidente da Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel), Pedro Jatobá.
A solicitação de espectro exclusivo para utilities acontece também em outros países. Nos EUA, essa é uma bandeira levantada pelo Utilities Telecom Council (UTC), por exemplo. "Não acredito que possamos montar smart grids usando as redes celulares comerciais", disse o vice-chairman do UTC, Troy West, que participou nesta segunda-feira, 14, do 10o Seminário Nacional de Telecomunicações da Aptel, no Rio de Janeiro.
Programa nacional
As smart grids são, na prática, redes de energia elétrica digitais, capazes de realizar uma série de tarefas remotamente e automaticamente. Para tanto, requerem equipamentos de telecomunicações e o uso de redes fixas e móveis. Parte da capacidade dessas redes pode ser usada para serviços de telecom, o que coloca as utilities como potenciais concorrentes das teles.
No Brasil, a Aptel e a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) estão elaborando um termo de referência sobre smart grids que será entregue em breve à Aneel. As entidades propõem que seja feito um diagnóstico das redes elétricas brasileiras para então sugerir ao governo federal as diretrizes para um plano nacional de adoção de smart grids. Seria um projeto para implementação ao longo de dez anos, informa Jatobá.
Nos EUA, o governo federal ofereceu US$ 4,5 bilhões para projetos de smart grids, como parte do plano de recuperação econômica proposto pelo presidente Barack Obama.
Por Teletime
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