Ao comprar a Brasil Telecom, uma das condicionantes impostas pela Anatel foi que a Oi levasse fibra óptica a três capitais da região amazônica: Boa Vista, Manaus e Macapá. A obrigação começa a ser cumprida com o atendimento de Boa Vista através de um acordo com a Eletronorte (a companhia elétrica do Norte) e a operadora de telecomunicações da Venezuela, a CanTV. Para a concessionária foi mais barato costurar um acordo com essas empresas do que levar o backbone brasileiro até a região amazônica. O diretor de assuntos internacionais da Oi, Francisco Perrone, explica que existia um acordo com o governo venezuelano desde junho de 2008 para prover banda larga na região fronteiriça, o que acabou facilitando as coisas.
A Eletronorte fornece o link de dados de alta capacidade que liga Boa Vista a Santa Elena na Venezuela. De lá, o tráfego entra na rede da CanTV e vai até Caracas, onde se conecta no cabo Globenet da Oi. Para o ano que vem, a Oi já planeja o atendimento de Manaus que será feito basicamente nos mesmo moldes. No caso de Manaus, a Oi vai construir uma rede de fibra ligando a cidade a Boa Vista, onde o tráfego entra na rede da Eletronorte e sai pela rede da CanTV. Perrone afirma que o projeto já está em análise nos órgãos que concedem as licenças ambientais.
A próxima cidade (cujo atendimento também está previsto para o ano que vem) é Macapá. Esse caso é o mais complicado porque a cidade não tem uma rede elétrica com sua respectiva rede de dados conectada ao resto do país, mas sim uma pequena geração própria de energia. Para Macapá, a Anatel deu um prazo de seis meses a partir da chegada do cabo OPGW das elétricas.
Demanda
Ao mesmo tempo em que a Oi cumpre exigências vinculadas à compra da Brasil Telecom, a empresa já está conectando também as escolas das cidades, o que é uma outra obrigação assumida com o governo. Perrone diz que em Boa Vista os serviços estão disponíveis aos clientes finais e que o preço será "equivalente" ao de Belém, onde a Oi chega com backbone próprio. O executivo faz um cálculo simples para estimar a demanda pelo serviço. Segundo ele, a penetração da banda larga sobre as linhas de voz está na casa dos 12%. Em Boa Vista existem cerca de 20 mil linhas de voz, então a banda larga teria uma demanda estimada de 2,4 mil assinantes. Francisco Perrone lembra, entretanto, que o ADSL é viável a um certo limite de distância da central telefônica. "São obrigações que nós tentamos aproveitar para melhorar o nosso negócio. Não necessariamente eu estou ganhando dinheiro nisso. Previamente não há calculo se isso é financeiramente retornável ou não", afirma.
Por Teletime
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