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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Operadoras de telecomunicações investem em cloud computing


Companhias de telecomunicações almejam entrar no mercado de tecnologia da informação e cloud computing.

Já faz algum tempo que empresas de telecomunicações oferecem serviços de tecnologia da informação e flertam com novas tendências de infraestruturas baseadas na internet. É um movimento natural, uma vez que essas companhias já têm tradição em administrar redes e fornecer soluções para demandas variáveis.

O fortalecimento de tendências computacionais como software como serviço e computação nas nuvens é mais uma oportunidade. E o grande diferencial dessas empresas é a própria infraestrutura de telecomunicações e seu grande alcance nas diversas regiões do País.

Mas para competir com os fornecedores de tecnologia com alto grau de sofisticação há um longo caminho pela frente. O analista da consultoria TGT Consult, Pedro Bicudo, acredita que nos próximos cinco anos o setor de telecomunicações não terá força para competir com os grandes atores do mercado. “Vai levar muito tempo até que uma empresa de telecomunicações adquira força suficiente para competir com companhias como EDS, Accenture, Google, Microsoft, Yahoo, algumas delas com foco muito grande em seus nichos específicos”, diz Bicudo.

Para o analista, no futuro o mercado será de quem dominar a cadeia de valor. Dá para fazer uma analogia com a Coca-Cola: a empresa faz a fabricação, controla a cadeia de distribuição e ainda tem domínio sobre contratos realizados com varejistas e grandes empresas do ramo de alimentação. “Hoje, é possível dizer que essa cadeia é dominada pela Microsoft, graças à habilidade que a empresa tem de estabelecer e manter parcerias para fazer com que suas ferramentas cheguem em um status privilegiado ao mercado”.

Embora dominem as infraestruturas de rede, as companhias de telecomunicações não terão facilidade para quebrar essa cadeia de valor. Na área de tecnologia, boa posição no mercado não se compra, constrói-se ao longo dos anos.

O analista da consultoria IDC, Reinaldo Roveri, acredita que as operadoras têm grande potencial de se tornar importantes players do mercado de tecnologia da informação fornecendo desde hospedagem de infraestrutura, segmento no qual algumas já atuam. Mas para isso elas terão de se contentar com os clientes menos exigentes com relação à sofisticação das soluções, pelo menos nos próximos anos.

Pontos fracos e fortes

A falta de tradição e de experiência no fornecimento de serviços de TI, por si só, já poderia ser considerada uma das grandes desvantagens das companhias de telecomunicações, mas elas ainda sofrem com um problema ainda mais básico: deficiência no seu negócio principal. Não raro, os serviços sofrem panes, deixam milhares de usuários sem acesso à internet e, nos piores casos, sem acesso à rede de telefonia.

Para Roveri, as operadoras ainda têm que realizar muitos investimentos para garantir acordos de níveis de serviço adequados para operações mais críticas. A entrada com força em cloud computing e serviços gerenciados de TI vai depender de as companhias ganharem essa capacidade e o respeito dos consumidores como fornecedores no qual se pode confiar.

“Isso não vai acontecer no médio prazo. Nos próximos anos, as operadoras não vão conseguir oferecer serviços de alto valor e a maioria delas terá de se concentrar em fornecer produtos complementares às redes de telecomunicações”, diz. E, para chegar a um status maior, os investimentos terão que ser muito altos, principalmente em recursos humanos. A força de trabalho especializada em áreas mais sofisticadas de tecnologia é cara e difícil de ser encontrada no mercado.

Apesar das fraquezas, uma vantagem competitiva pode ser destacada: computação em nuvens e infraestrutura como serviço implica em criar um modelo de cobrança complexo, variável, de acordo com o uso. As companhias de telecomunicações são as que têm os sistemas mais avançados de cobrança nesse quesito, o que pode ser essencial para um modelo de negócios bem sucedido.


Por Rodrigo Afonso, da Computerworld

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