O telefone fixo perdeu o status de sonho de consumo, com um lugar especial na casa do brasileiro. A fatia de domicílios no país com apenas o serviço de telefonia móvel vem crescendo em ritmo acelerado. De 2001 para 2008, houve um salto de 7,8% (excluindo a zona rural da região Norte) para 37,6% (21,6 milhões de residências), de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o economista do IBGE, William Kratochwill, a cada cem brasileiros, cerca de 39 residem em domicílios que possuem somente celular contra quatro que tem somente fixo. No Brasil, porém, 17,9% das casas ainda não contam com telefone nenhum.
"A tendência dos brasileiros é sempre buscar o mais barato. Enquanto o fixo estiver mais em conta para fazer ligações, as pessoas vão continuar tendo acesso", afirmou o economista àFolha Online, que disse não acreditar na extinção do serviço fixo no país devido a mensalidade.
Custos
Pesquisadores destacam que, se comparado com os Estados Unidos e a Europa, o custo para manter um celular no Brasil ainda é muito elevado. Em países mais desenvolvidos, o consumidor pode pagar 50 dólares por mês para ter acesso ilimitado a serviços de voz e dados pelo celular.
A Pnad 2008 afirmou também que 4,4 milhões de domicílios passaram a possuir algum tipo de telefone, de 2007 para 2008. Esse número aumentou graças ao celular que passou a existir em 4 milhões de residências no Brasil, de 2007 para o ano passado.
Assim, dada uma variação de 5,3 pontos percentuais, a participação de domicílios que possuíam algum tipo de telefone passou a ser 82,1%, o que representa 47,2 milhões de residências.
Pela possibilidade de adesão ao plano pré-pago, o qual o consumidor pode receber ligações sem ter créditos, grande parte da população de até dez salários mínimos deixou o fixo convencional de lado para dar lugar ao celular. Segundo a Pnad, dos 21,6 milhões de residências com o serviço de telefonia móvel, 20,3 milhões pertencem a casas de pessoas que ganham até dez salários mínimos.
Porém, os dados relacionados ao telefone fixo não são diferentes do celular. Dos 3,7 milhões de domicílios com uma linha fixa de telefonia, 3,5 milhões também pertencem a lares de pessoas que recebem até dez salários mínimos mensais.
Regiões
Entre as regiões brasileiras, o Norte apresentou o maior crescimento de adesão ao serviço de telefonia móvel, com uma elevação de 9,4 pontos percentuais (incluindo a zona rural). O número de domicílios com celular na região passou de 39,6% em 2007 para 49% em 2008, destacou a Pnad.
As outras regiões também registaram crescimento no setor de telefonia móvel. O Nordeste apresentou uma elevação de 8,7 pontos percentuais de domicílios que aderiram ao serviço, o Centro-Oeste mostrou 5 pontos percentuais, o Sudeste apontou alta de 4,8 pontos percentuais e o Sul 3,4.
Por Diana Brito
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